Um dia para ficar na História

Na celebração do Dia Internacional da Síndrome de Down, Unilehu contrata uma funcionária muito especial.

De todos os dias do ano, hoje foi escolhido para ser comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data (21/03) faz alusão aos três cromossomos presentes no par 21, e pretende dar visibilidade ao tema e acabar com qualquer tipo de preconceito por falta de informação. Na Unilehu, a celebração ganhou um toque ainda mais especial, com a contratação de uma auxiliar de ensino para o Centro de Educação Infantil Mundo para Todo Mundo.

Tudo começou com uma mãe em busca de uma oportunidade de trabalho para sua filha, que tem a síndrome. Monica Negri chegou na Unilehu para pedir ajuda e orientação para a colocação de sua filha no mercado de trabalho. Foi recebida pela Presidente da instituição, Andréa Koppe, que ouviu as demandas e expectativas da família.

A história é parecida com milhares de pessoas com deficiência. Laura, com 24 anos, uma das primeiras pessoas com Síndrome de Down a se formar em Pedagogia em Curitiba, não encontrava uma vaga na área de formação. Mesmo qualificada, existiam barreiras e dificuldades para o trabalho em uma escola de educação infantil, como desejava. Após todo o esforço e conquista, a família não achava justo para Laura que seu sonho não fosse realizado por causa da deficiência.

Enquanto o relato estava sendo feito, uma ideia de inclusão surgia. E se a Unilehu abrisse as portas do CEI Mundo para Todo Mundo para uma profissional mais que especial como Laura?

A escola, que tem uma proposta de educação inclusiva para crianças de 2 a 6 anos, poderia incrementar a sua legitimidade de direitos ao contratar uma profissional de ensino com Síndrome de Down.

“E assim, mais um vez, fizemos a inclusão acontecer na prática, comemorando o Dia Internacional da Síndrome de Down deste jeito tão sensacional”, celebra Andréa Koppe.

“Você sabia que eu tenho síndrome de down?” Para Laura Deosola Xavier Negri, de 24 anos, isso é apenas um detalhe. E não teria por que ser diferente. Já formada em pedagogia há três anos, dentre alguns estágios feitos na faculdade, iniciou ontem seu primeiro dia de trabalho no CEI MPTM, como assistente de professora da turma do Maternal II, com crianças de dois a três anos.

Laura, mesmo trabalhando há tão pouco tempo, já considera a escola como sua segunda casa. “Pisei e não quis mais sair. Foi onde me abraçaram e me senti acolhida. É uma honra poder trabalhar aqui, estou aprendendo cada vez mais”.

As dificuldades sofridas durante o período acadêmico, segundo a pedagoga, foram as mesmas de qualquer outro colega de turma. De qualquer forma, o momento mais marcante dos quatro anos de curso, foi pegar seu diploma na formatura. “Meu coração bateu muito forte e senti um frio na barriga”.

A professora Carla Miotto, responsável pela orientação de Laura na escola, destaca a boa relação que a nova auxiliar de ensino tem com as crianças. “Ela se dá bem com as crianças. É boazinha, mas quando precisa também sabe chamar atenção”.

Para a presidente do CEI MPTM, Yvy Abbade, é muito gratificante poder comemorar essa data junto com Laura, que reflete um dos principais valores da instituição. “Nós acreditamos na inclusão em todos os níveis e setores. É importante que ela aconteça entre nossos alunos como também dentro de nosso quadro de funcionários e colaboradores.”

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